Hipertireoidismo em gatos: quais os sintomas e como tratar

O que é

O hipertireoidismo em gatos, também conhecido por hipertireoidismo felino, é uma doença que consiste no aumento da atividade da tireoide, que acaba por produzir hormônios em excesso, levando ao surgimento de sinais e sintomas, como aumento da ingestão de líquidos, perda de peso e aumento do apetite.

Esta doença é mais comum em em gatos mais velhos e de meia idade, sendo por isso muito importante, ir ao veterinário com frequência e mal surjam os primeiros sintomas, de forma a prevenir a evolução da doença numa fase precoce. 

Embora o hipertireoidismo possa levar ao surgimento de complicações, quando a doença é diagnosticada precocemente, pode ser curada, e o gatinho pode continuar vivendo com qualidade de vida.

Aumento da ingestão de água é um sintoma de hipertireoidismo
Aumento da ingestão de água é um sintoma de hipertireoidismo

Principais sinais e sintomas

Os sintomas mais comuns que podem ser causados pelo hipertireoidismo felino, são:

  • Perda de peso;
  • Fome excessiva;
  • Sede e aumento da ingestão de líquidos;
  • Vômitos e diarreia;
  • Agitação;
  • Aumento da frequência urinária;
  • Irregularidades no pelo;
  • Mudanças no comportamento.

Se não for corretamente tratada, esta doença pode evoluir, e levar a complicações cardíacas e digestivas, já que o excesso do hormônio de tireoide leva a um aumento exagerado do metabolismo, que força o coração, o trato digestivo e muitos outros sistemas dos órgãos.

Quais as causas

A causa mais comum que está na origem do hipertireoidismo é a presença de um tumor benigno, chamado de adenoma, que leva ao crescimento das glândulas da tireoide.

Embora seja mais raro, em alguns casos, esta doença pode ser causado por um tumor benigno chamado de adenocarcinoma.

Como é feito o diagnóstico

Geralmente, o diagnóstico só é feito após o surgimento dos primeiros sinais e sintomas, que vão ser avaliados pelo veterinário, que também irá realizar uma avaliação física do gatinho, que consiste na palpação do pescoço, de forma a detetar algum aumento das glândula da tireoide, medição da pressão arterial e avaliação das taxas respiratória e cardíaca.

Além disso, também poderá fazer um exame de sangue, de forma a medir o hormônio da tireoide e perceber se os órgãos continuam funcionando corretamente.

Em que consiste o tratamento

O tratamento variar consoante o estado da doença, a idade do gato e as condições económicas do dono:

1 . Terapia Nutricional

A terapia nutricional consiste na administração de uma dieta especial com restrição no teor de iodo, de forma a controlar a produção de hormônios da tireoide, já que o iodo é essencial na produção dos hormônios da tireoide.

Os benefícios deste tratamento incluem o baixo custo, numa fase inicial, e facilidade de tratamento. No entanto, existe a desvantagem de o gatinho não gostar da comida, e o risco de comer alimentos de outros animais que vivam na mesma casa.

2 . Administração de medicamentos

Os remédios para o tratamento do hipertireoidismo agem reduzindo a produção dos hormônios da tireoide. Embora seja um tratamento com bons resultados e baixos custos, existe a desvantagem de não curar a doença, obrigando o gatinho a tomar estes medicamentos por toda a vida.

3 . Terapia com iodo radioativo

A terapia com iodo radioativo é o tratamento de eleição para esta doença, já que pode curar o hipertireoidismo. Esta terapia consiste na administração de pequenas quantidades de iodo radioativo, que vão destruir o tecido anormal da tireoide, permitindo que o tecido normal continue funcionando normalmente.

Embora seja um tratamento muito eficaz, apresenta a desvantagem de ter um custo elevado e de não ser realizado por todas as clínicas.

4 . Cirurgia

A cirurgia consiste na remoção da glândula tireoide, e também é um procedimento que cura a doença. No entanto, é um método muito invasivo, que aporta riscos e possíveis complicações.

Referencias

  • AAFP. Diretrizes para Controle de Hipertireoidismo Felino. 2016
  • GALÁN Alba et al. Medicina interna en pequeños animales. Elsevier. 245-275, 2019